quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Sete razões para incluir frutas secas na dieta


Fáceis de carregar e armazenar, elas são ótimas fontes de fibras e vitaminas

Vendidas em pequenos pacotes nas prateleiras de supermercados ou docerias, as frutas secas ou desidratadas nem sempre atraem os olhos do consumidor e até geram desconfiança de quem está de dieta. Afinal, elas costumam ser bastante doces e o modo de manusear o alimento lembra um calórico salgadinho. Mas segundo a nutricionista Roseli Rossi, especialista em Nutrição Clínica Funcional da clínica Equilíbrio Nutricional, se consumidas com moderação, as frutas secas são muito bem-vindas na dieta.

"Elas passam apenas por um processo industrial de eliminação da água, o que promove a concentração de seus nutrientes e uma maior durabilidade, uma vez que a água favorece a proliferação de micro-organismos", explica. De acordo com Roseli, embora não seja tão saudável quanto a versão fresca, elas podem substituir uma das três porções diárias recomendadas de frutas. Confira outras sete razões para consumi-las.

1. Frutas desidratadas x frutas frescas

As frutas desidratadas tradicionais, como damasco, maçã e figo, podem ser tão saudáveis quanto as frutas frescas. Segundo trabalhos apresentados no 30º Congresso Mundial de Castanhas e Frutas Secas em maio de 2011, elas estão entre os principais alimentos ricos em potássio e ainda são fonte de antioxidantes, vitaminas e minerais. Eles alertam, entretanto, que açúcares e outros nutrientes estão mais concentrados nas frutas desidratadas e que a porção ingerida deve levar em conta o peso da água eliminada.

Por isso, é preciso dar atenção às quantias ingeridas. Segundo a nutricionista Cátia Medeiros, da clínica Espaço Nutrição, 100 gramas do fruto damasco têm aproximadamente 60 kcal, enquanto que 100 gramas de damasco seco contêm cerca de 200 kcal. "Algumas frutas desidratadas até recebem adição de açúcar para aumentar a validade do produto, então, é fundamental ler o rótulo", complementa.

2. Fonte de vitaminas

O processo de desidratação das frutas tem por objetivo eliminar a água e é realizado com o aumento da temperatura. "O problema é que com o calor a fruta também acaba perdendo alguns de seus nutrientes, principalmente a vitamina C e as vitaminas do complexo B", explica Roseli Rossi. Mesmo assim, elas ainda podem ser uma boa alternativa de consumo nos intervalos entre as refeições quando não houver uma fruta fresca disponível.

3. Praticidade

Facilmente encontradas no supermercado, as frutas desidratadas podem ser armazenadas por mais tempo do que as frutas frescas. Outra vantagem é o fato de elas serem mais resistentes e vendidas em embalagens plásticas, sendo muito mais fáceis de carregar na bolsa ou mochila. "Como elas têm uma doçura natural, podem substituir aquele desejo repentino de comer doces, mas, mesmo neste caso, devem ser ingeridas com moderação", aponta a nutricionista Cátia.

4. Fruta sazonal fora de época

"O processo de desidratação das frutas aumenta sua durabilidade, o que possibilita encontrar frutas sazonais fora de época", esclarece Roseli. Isso significa que mesmo não encontrando sua fruta preferida nas seções dos supermercados ou na feira, elas estarão disponíveis na versão desidratada nas prateleiras. Experimente aproveitar as frutas frescas da época e variar os sabores com as desidratadas.

5. Fonte de fibras

As frutas desidratadas têm alta concentração de fibras e, por isso, auxiliam no funcionamento do trânsito intestinal. Porém, de acordo com Cátia Medeiros, para que a fibra possa exercer seu papel no organismo, ela precisa de água. Por isso, além do pacote de frutas secas, não se esqueça de carregar também uma garrafinha de água.

6. Anticancerígenas

Frutas desidratadas são ricas em nutrientes como as vitaminas A e C e compostos que ajudam a diminuir o estresse oxidativo gerado no organismo. "Esse processo é natural, mas em excesso pode danificar as estruturas das células, originando um câncer", afirma a nutricionista Roseli.

7. Circulação sanguínea

"Algumas frutas secas, como damasco, manga e ameixa são ricas em potássio, mineral que ajuda a eliminar toxinas do organismo, melhorando, assim, a circulação sanguínea", explica Cátia Medeiros. Elas também são importantes fontes de fibras que auxiliam no equilíbrio de gorduras presentes no sangue. Por isso, em quantidades controladas, elas podem ser coadjuvantes no controle da hipertensão.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Pão sem Glúten - Aprenda a Fazer em Casa

INGREDIENTES

  • 25g de de fermento biológico para pão
  • 1 colher de sopa de açúcar
  • 2 copos americanos de leite ou água, levemente aquecidos
  • 10 colheres de sopa de farinha de arroz
  • 3 colheres de sopa de polvilho doce
  • 3 colheres de sopa de amido de milho
  • 3 colheres de sopa de fécula de batata
  • 3 ovos inteiros
  • 2 colheres de óleo
  • 1 colher de café de sal

MODO DE PREPARO

  1. Coloque no liquidificador o fermento biológico, o açúcar e o leite (ou água) levemente aquecido
  2. Ligue o liquidificador e acrescente a farinha de arroz, o polvilho doce, o amido de milho, a fécula de batata, os ovos, o óleo e sal
  3. Desligue, tampe e deixe crescer até atingir a tampa do liquidificador
  4. Se fizer numa tigela com um mixer, cubra-a com filme plastico
  5. Demora de 15 a 20 minutos
  6. Unte duas formas para pão com óleo e polvilhe com farinha de arroz
  7. Coloque a massa nas duas formas e ponha no forno preaquecido a 180°C
  8. Asse por 30 minutos ou até fazer o teste do palito e verificar que a massa não está mais grudando
Informações Adicionais
  • Obs.: A água pode ser substituída por leite. A farinha de arroz e o polvilho doce são a base do pão, nunca podem faltar. As outras farinhas podem ser substituídas por fécula de batata, farinha de soja, farinha de milho, farinha de arroz integral ou outras farinhas sem glúten. A massa fica bem liquida mesmo, parecendo massa de bolo. Deixe-a crescer num recipiente devidamente selado.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Quais as diferenças entre açúcar cristal, refinado, demerara e mascavo?

por Suzana Paquete
acucar
As principais diferenças aparecem no gosto, na cor e na composição nutricional de cada tipo. A regra básica é a seguinte: quanto mais escuro é o açúcar, mais vitaminas e sais minerais ele tem, e mais perto do estado bruto ele está. A cor branca significa que o açúcar recebeu aditivos químicos no último processo da fabricação, o refinamento, que a gente explica direitinho no fim do texto. Apesar de esses aditivos deixarem o produto bonitão, eles também "roubam" a maioria dos nutrientes. Só para dar um exemplo, em 100 gramas de um açúcar bem escuro, o mascavo, existem 85 miligramas de cálcio, 29 miligramas de magnésio, 22 miligramas de fósforo e 346 miligramas de potássio. Para comparar, na mesma quantidade de açúcar refinado, aquele tipo branco mais comum, a gente encontra no máximo 2 miligramas de cada um desses nutrientes.

A matéria-prima do nosso açúcar, você sabe, é a cana. Antes de chegar à nossa mesa, a planta passa por diversas etapas de fabricação. Primeiro, ela é moída para extrair o caldo doce. Depois, começa a purificação, em que o caldo é aquecido a 105 ºC e filtrado para barrar as impurezas. Em seguida, o caldo é evaporado, vira um xarope e segue para o cozimento, onde aparecem os cristais de açúcar que a gente conhece. Por último, os tipos mais brancos de açúcar ainda passam pelo refinamento, quando o produto recebe tratamentos químicos para melhorar seu gosto e seu aspecto. O resultado final é o açúcar em cristais, mas, se você moldar e comprimir os cristais com xarope de açúcar, dá para fabricar açúcar em torrões. Além da cana, há açúcar nas frutas e no milho (a frutose) e no leite (a lactose). A beterraba é outra fonte de açúcar, mas tem um processo de extração diferente. Ela é popular na Europa: como lá não tem cana, a beterraba entrou na dança.
Doces delícias

Tipos claros recebem tratamento químico e possuem menos nutrientes
De confeiteiro
Tem cristais tão finos que mais parecem talco de bebê. Excelente para fazer glacês e coberturas. O segredo é o refinamento sofisticado, que inclui uma peneiragem para obter os minicristais e a adição de amido de arroz, milho ou fosfato de cálcio para evitar que os minicristais se juntem novamente
Orgânico
É diferente de todos os outros tipos porque não ultiliza ingredientes artificiais em nenhuma etapa do ciclo de produção, do plantio à industrialização. O açúcar orgânico é mais caro, mais grosso e mais escuro que o refinado, mas tem o mesmo poder do adoçante
Light
Surge da combinação do açúcar refinado com adoçantes artificiais, como o aspartame, o ciclamato e a sacarina, que quadruplicam o poder de adoçar. Um cafezinho só precisa de 2 gramas de açúcar light para ficar doce, contra 6 gramas de açúcar comum. Por isso, que quem consome o açúcar light ingere menos calorias
Líquido
É obtido pela dissolução do açúcar refinado em água. Usado em bebidas gasosas, balas e doces, o açúcar líquido não é vendido em supermercados. Uma das vantagens é que ele não precisa ser estocado em sacos, diminuindo o risco de contaminação com poeira e microorganismos
Frutose
É o açúcar extraído das frutas e do milho. Sem precisar de nenhum aditivo, frutose é cerca de 30 mais doce que o açúcar comum, mas ela engorda sem oferecer uma vitaminazinha sequer. A maior parte da frutose vendida no Brasil é importada e tem preços meio amargos
Refinado
Também conhecido como açúcar branco, é o açúcar mais comum nos supermercados. No refinamento, aditivos químicos como o enxofre tornam o produto branco e delicioso. O lado ruim é que esse processo retira vitaminas e sais mineirais, deixando apenas as "calorias vazias" (sem nutrientes)
Mascavo
É o açúcar bruto, escuro e úmido, extraído depois do cozimento do caldo de cana. Como o açúcar mascavo não passa pela etapa de refinamento, ele conserva o cálcio, o ferro e os sais mineirais. Mas seu gosto, bem parecido com o do caldo de cana, desagrada a algumas pessoas
Cristal
É o açúcar com cristais grandes e transparentes, difíceis de serem dissolvidos em água. Depois do cozimento, ele passa apenas por um refinamento leve, que retira "só" 90% dos sais mineirais. Por ser econômico e render bastante, o açúcar cristal sempre aparece nas receitas de bolos e doces
Demerara
Também usada no preparo de doces, esse açúcar de nome estranho é um dos tipos mais caros. Ele passa por um refinamento leve e não recebe nenhum aditivo químico. Por isso, seus grãos são marrom-claros e têm valores nutricionais altos, parecidos com os do açúcar mascavo
Fonte:
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-as-diferencas-entre-acucar-cristal-refinado-demerara-e-mascavo

terça-feira, 18 de novembro de 2014

10 Fontes de fibras deliciosas para o seu dia-a-dia


As fibras (partes de vegetais e frutas que não são digeridas pelo organismo) estão relacionadas a uma série de benefícios para a saúde. Elas regulam o funcionamento do intestino e, consequentemente, previnem doenças como o câncer de cólon. Além disso, por darem aquela sensação de saciedade, as fibras são aliadas na manutenção do peso, prevenindo e tratando a obesidade.

1 – Feijão
Para que as necessidades de fibras do organismo sejam atendidas, é preciso consumir diariamente legumes, frutas e verduras e sempre preferir alimentos integrais aos refinados. A quantidade recomendada pela nutricionista é de pelo menos 25 gramas de fibras por dia. Veja uma lista com alguns dos alimentos mais ricos em fibras e faça deliciosas combinações no cardápio.
O feijão contém grande quantidade de fibras, proteínas e ferro. Uma xícara deste grão cozido fornece em média 7,5 gramas de fibra. Esta quantidade pode ser ainda maior se você variar a cor no prato. Experimente o feijão branco, por exemplo. Ele é menos popular, mas contém o dobro de fibras do carioquinha e é uma das melhores fontes nutricionais de potássio.
2 – Arroz integral
O arroz integral chega a conter até 50 vezes mais fibras que o arroz branco. Talvez você leve um tempo para se acostumar, mas com certeza seu organismo agradecerá pela troca. Se você ou sua família tem histórico de diabetes, há mais um motivo para aderir ao integral. Pesquisadores de universidade americana Harvard descobriram que quem come cinco ou mais porções de arroz branco por semana aumenta o risco de diabetes tipo 2 em 17%. Ao substituir pelo integral o risco cai para 6%.

3 – Grão-de-bico

Muito popular na culinária árabe, o grão não recebe a admiração de deveria no cardápio brasileiro. Além de ser rico em fibras, ele contém antioxidantes poderosos e pode ser preparado de várias formas em pratos ricos em sabor e nutrição.

4 – Pão integral

Duas fatias de pão integral correspondem a aproximadamente 10% da necessidade diária de fibras. Este alimento também é rico em vitaminas e minerais importantes para o funcionamento do organismo, como a vitamina E, que está presente no gérmen do trigo e ajuda no retardamento do envelhecimento celular. Mudar o branco pelo integral pode ser um bom começo para inserir mais fibras na sua dieta.

5 – Aveia

A aveia é um cereal altamente nutritivo, fonte de carboidratos, vitaminas, minerais e muitas fibras. Ela é fonte de uma fibra solúvel chamada beta-glucana, que de acordo com pesquisas ajuda a diminuir o colesterol no sangue, controlar a pressão arterial e os índices de glicemia. Para quem deseja emagrecer, a aveia é um excelente alimento para saciar a fome e controlar melhor o apetite. O tipo de aveia que possui maior quantidade de beta-glucana é o farelo de aveia.

6 – Linhaça

A linhaça é considerada como um alimento funcional. Isto significa que além dos nutrientes básicos (carboidratos, proteínas, gorduras e fibras), ela contém substâncias que ajudam a diminuir o risco de doenças.
As sementes podem ser acrescentadas aos iogurtes, saladas, sucos, vitaminas, cereais, massas de pães e bolos. A semente de linhaça moída trás mais benefícios nutricionais que a semente inteira, que possui uma casca dura, difícil de digerir.

7 – Pera

Uma pera de tamanho médio contém cerca de 5,5 g de fibra. Mas é importante não descascar. “O consumo de frutas é recomendado sempre que possível com casca, pois é onde encontramos a maior quantidade de fibras, do mesmo modo em relação ao consumo de legumes”, enfatiza a nutricionista Priscila Azevedo.

8 – Maçã

Poucas calorias (70 kcal), fonte de substâncias antioxidantes e de fibras. Há muitos motivos para incluir pelo menos uma maçã no seu dia. Para quem deseja eliminar peso, a fruta também é uma opção interessante – além do baixo teor calórico, o fato de conter fibras aumenta a sensação de saciedade e assim diminui a vontade de comer guloseimas.

9 – Amêndoas

Amêndoas e todas as outras sementes possuem muitas fibras, além de conter gorduras saudáveis para o organismo. Mas não exagere na porção! Uma xícara de amêndoas possui 3 g de fibras e cerca de 170 calorias.

10 – Chuchu

Quer um alimento de fácil digestão, baixo teor calórico e rico em fibras? Inclua o chuchu no seu cardápio. Além disso, ele é fonte de vitaminas A, C, B1, B2 e B3 e de sais minerais como cálcio, fósforo, ferro e potássio.
Vale lembrar o consumo de fibras precisa ser acompanhado de uma boa hidratação. “Quando há consumo de fibras sem água, o intestino fica preso. Beber água e praticar atividade física é essencial para a manutenção da saúde”, acrescenta Priscila Azevedo.
Fonte:http://www.dicasdemulher.com.br/alimentos-ricos-em-fibras/

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Conheça a Agricultura Biodinâmica e Entenda o Porquê do Aumento de sua Força


A biodinâmica, começa a ganhar espaço no Brasil, graças ao plantio livre de agrotóxicos e ao fato de ser feita em ambientes naturais equilibrados, que integram homem, animais e plantas, promete entregar produtos mais saborosos e resistentes ao consumidor. Melhores até do que os orgânicos. Em algumas culturas essa técnica é mais difundida do que em outras, quem produz por meio da agricultura biodinâmica afirma que ela é mais rentável. O grande mercado consumidor, ainda fica fora do país.
A agricultura biodinâmica criada pelo filósofo e educador suíço Rudolf Steiner em 1924,  determina que a fazenda que produz alimentos biodinâmicos deve respeitar o ciclo da lua, dos planetas e até dos astros para que as plantas sejam energizadas. Desde 1998 a empresa Fazenda Tamanduá planta, comercializa no Brasil e exporta para Holanda e Espanha manga, melão, goiaba e arroz vermelho  produzidos no sertão da Paraíba, a 300 quilômetros de João Pessoa.
O técnico agrícola e gerente da fazenda, Manoel Zacarias Lima Neto, afirma que o que se colhe na fazenda é resultado de um equilíbrio ecológico entre homem, plantas e animais. “Com o esterco do gado fazemos a compostagem para a plantação de manga. A manga que não é boa para o consumidor é utilizada para alimentar o gado. Em outra área, as abelhas polinizam a flor do melão. Em troca, produzimos mel”, exemplifica.
Fazenda Tamanduá, ocupa uma área de aproximadamente três mil hectares, e não usa agrotóxicos. A urina do gado serve como repelente. O soro do leite é utilizado para prevenir as pragas. “Usamos muito os bacilos, que são organismos vivos, fungos que matam alguns tipos de lagarta. São inseticidas naturais”, diz Manoel.
Um dos diferenciais da biodinâmica em comparação com as outras técnicas de agricultura é o uso de preparados, compostos naturais para dar vida à terra. Há sete tipos de preparados. Num deles, o preparado 500, esterco é colocado dentro de um chifre de vaca e enterrado por seis meses. Depois, o chifre é desenterrado e um grama deste esterco é misturado em 200 litros de água durante uma hora. Depois, é espalhado por um hectare de plantação.
Cada um dos sete tipos de preparados tem uma característica. O 500, por exemplo, leva vida ao solo. O 501, feito com pó de sílica, ajuda a tornar os frutos mais resistentes. Os outros utilizam camomila, mil folhas, urtiga, casca de carvalho e dente de leão.
Além dos preparados, o cultivo de plantas biodinâmicas segue datas estabelecidas por calendários criados pela alemã Maria Thun. Segundo o professor da Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e diretor do Instituto Biodinâmico e da Comissão da Produção Orgânica de São Paulo (Ceporg-SP), Francisco Luiz Araújo Câmara, esses calendários mostram qual é o dia ideal para trabalhar com cada cultura. O calendário é baseado no alinhamento dos astros com os planetas e o sol.
Os calendários utilizados no hemisfério sul são adaptados, pois Maria Thun desenvolveu esta agenda de acordo com as condições do hemisfério norte. Segundo Câmara, o uso dos preparados, dos calendários e o estabelecimento do equilíbrio na plantação resultam, em teoria, em produtos mais saborosos e resistentes.
Café e vinho biodinâmico, por exemplo, fazem sucesso entre seus apreciadores. “Os biodinâmicos podem apresentar mais qualidades de aroma e de sabor, que são valorizadas pelos consumidores do vinho e do café. São aspectos sutis”, afirma Câmara. Assim como a agricultura orgânica, ele explica que a biodinâmica não utiliza agrotóxicos e que ambas usam solo coberto [que recebe menos sol]. A orgânica, no entanto, não utiliza os preparados nem segue o calendário da biodinâmica.
Coordenador geral da Associação Biodinâmica, Pedro Jovchelevich diz que uma das características da agricultura biodinâmica é valorizar as características organolépticas do produto, ou seja, que podem ser identificadas pelos sentidos humanos. “O vinho biodinâmico é famoso no exterior. Mas já há um produtor de vinho biodinâmico em Santa Catarina. O café biodinâmico também tem crescido no mercado nacional”, diz.
Produtor de vinhos na França, Nicolas Joly é adepto da técnica biodinâmica e comanda a associação Renaissance des Appelattion, que reúne mais de 170 produtores de 15 países. A maioria produz vinhos, mas os dois brasileiros do grupo produzem chocolate e café. Henrique Sloper é o dono da Fazenda Camorcim, que produz café biodinâmico no Espírito Santo. “Há cinco anos, a associação do Nicolas Joly tinha 70 pessoas. Hoje são 170. A biodinâmica ainda representa pouco no total de produtos agrícolas, cerca de 1%. Porém, cresce de 20% a 30% por ano”, diz.
A fazenda de Sloper tem 300 hectares, 50 deles com seis variações de pés de arábica biodinâmico que rendem mil sacas por ano. Sloper exporta a produção do fruto para Nova Zelândia, Finlândia e França, entre outros. “Eu reajo à demanda que existe, mas quero ampliar [os clientes], claro”. Ele vende outras quatro mil sacas em associação com outros produtores de café biodinâmico. Uma saca de 60 quilos de café produzido na fazenda de Sloper varia entre US$ 800 e US$ 1.500. Uma saca de café arábica “normal” custa, em média, R$ 550.
O motivo que o faz apostar nesta técnica não é apenas comercial. Está, também, relacionado à qualidade de vida. “Este conceito está presente no primeiro mundo, na Europa especialmente. Compreende uma mudança de estilo de vida. Não é apenas comercial. As pessoas só vão abandonar isso se não tiverem mais dinheiro. Biodinamismo é respeitar as energias. São frutas de melhor qualidade, mais resistentes. Se você abrir uma maçã normal, ela irá oxidar em 10 minutos. Se for uma maçã proveniente de agricultura biodinâmica, ela vai demorar uma hora e meia para oxidar”, diz.
Segundo Jovchelevich, o Brasil tem cerca de 200 produtores adeptos da técnica biodinâmica. A maioria é de pequenos agricultores. No entanto, a tendência é que esse método ganhe mais adeptos no País nos próximos anos. “A agricultura biodinâmica é mais exigente, valoriza os ritmos da natureza, é como uma alquimia no campo. O mercado interno é semelhante ao mercado de orgânicos. Lá fora esse tipo de produto é mais valorizado do que aqui, especialmente na Alemanha, Suíça e Austrália. Mas temos um crescimento contínuo [nas vendas], pois os produtos biodinâmicos têm relação direta com a qualidade de vida”, diz.
Fonte: http://www.organicsnet.com.br/

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Consumo de Orgânicos Cresce e Mostra Mudança no Hábito dos Consumidores


Preocupados com a qualidade da alimentação que colocam na mesa de casa, cada vez mais líderes de famílias brasileiras recorrem aos produtos orgânicos, conhecidos também por "produtos verdes". Essa mudança nos hábitos revela um crescimento de 30% ao ano da produção orgânica, de acordo com dados do Instituto Biodinâmico (IBC), reconhecido internacionalmente. O percentual deixa o país em segundo lugar entre os maiores produtores mundiais, com aproximadamente 6,5 milhões de hectares de terras com "produção verde".
A advogada Lorena Varjão Vieira representa bem essa parcela da sociedade que incorporou nos hábitos de sua família a ingestão de produtos orgânicos. Ela começou comprando alfaces e hoje já enche parte do carrinho do supermercado com variedades de frutas, legumes, açúcar, café, sucos, entre outros itens. Para ela a escolha pelo alimento tem sido feita principalmente pela maior preocupação com a saúde. "Em seguida pela prevenção do meio ambiente e, por último, pelo sabor", afirma.
Antenadas a essa nova realidade e exigência do consumidor, as redes de supermercados se adaptam as exigências dos clientes e ampliam as seções nas unidades voltadas para os alimentos. São frutas, legumes, hortaliças, leite, carnes, mel, produtos cosméticos, limpeza, enfim, o que a sociedade imaginar hoje em dia é possível encontrar nas prateleiras.
Há três anos investindo nessa seção, a rede de Supermercados Modelo comercializa cerca de 100 itens dos "produtos verdes" em todas as suas 14 lojas. Ao longo desse período a procura pelos alimentos cresce 20% ao ano, resultado que leva o supermercado a pretensão de aumentar em 100% o espaço destinado a eles.
Segundo o gerente de Compras e Perecíveis do Modelo, Valter Yamaguchi, os consumidores procuram cada vez mais os produtos orgânicos, pois buscam cuidar melhor da saúde humana e ao mesmo tempo proteger o meio ambiente. Porém, o grande vilão para que a comercialização faça parte da mesa da maioria dos brasileiros são os preços, que chegam a ser 30% mais caros que os tradicionais.
Valter acredita que para este cenário mudar depende do próprio consumidor, visto que se incentivarem o consumo dos orgânicos, o aumento da produção, em longo prazo, resultará em produtos mais baratos. "Consequentemente mais clientes poderão adquiri-los", explica.

RISCO DOS AGROTÓXICOS
Um estudo recente da ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária -, em 17 tipos de frutas, verduras e legumes revelou que 15,29% possuem resíduos de agrotóxicos proibidos ou além do permitido por lei. Após a divulgação do levantamento, em abril, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, fez um alerta à população sobre os cuidados que devem ser tomados para evitar a contaminação. Uma das alternativas apontadas pelo ministro foi o consumo de alimentos orgânicos.
Na pesquisa, o pimentão foi o recordista, com 64% das amostras contendo resíduos de agrotóxicos. Em seguida estão morango, cenoura e uva, que possuem índices de irregularidades superiores a 30%. De acordo com a nutricionista do Modelo, Ana Maria Lima, a presença indiscriminada de produtos químicos para o combate de pragas pode causar prejuízos à saúde do produtor e do consumidor.
Fonte: Olha Direto em 16/07/2009