quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Estudo de Harvard confirma: proteínas vegetais fazem você viver mais


Aumentar o consumo de proteínas vegetais como feijão, tofu, grão-de-bico e muitos outros em apenas 3% diminui em 10% o risco de morte. Ao mesmo tempo, quem aumenta o consumo de proteínas animais como carnes, laticínios e ovos em 10% tem 8% mais chances de morrer por doenças cardiovasculares.
Esta foi a conclusão apresentada por um grande estudo publicado em pelo menos dois conceituados periódicos científicos, neste mês, resultado de uma pesquisa que durou mais de três décadas com cerca de 130 mil pessoas, confirmando que produtos de origem animal fazem mal à saúde.
A pesquisa foi conduzida por Mingyang Song, especialista em estudos nutricionais na Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard. O material foi publicado nos periódicos médicos JAMA Internal Medicine e PubMed.
Mingyang Song e sua equipe analisaram dados de saúde e nutrição de 131.342 pessoas que foram armazenados por 30 anos. A maioria dos voluntários era do sexo feminino. Foram acompanhadas 85.013 mulheres e 46.329 homens.
Um número ainda mais impressionante foi encontrado com relação ao consumo de ovos. Apenas o fato de substituir a proteína proveniente dos ovos por fontes de origem vegetal aumenta em 19% as chances de viver, ficando, em valores, acima até da temida carne vermelha. Eliminar a carne bovina da dieta diminuiu o risco de morte em 12%.
“No geral, nossos resultados sustentam a importância das fontes de proteína na dieta para resultados de saúde em longo prazo. Nossas descobertas sugerem que as pessoas deveriam consumir mais proteínas vegetais”, afirma Mingyang Song.
Os pesquisadores encontraram na análise que a ligação entre o consumo de carnes, ovos e laticínios e o risco de morte apareceu em pessoas que têm pelo menos um fator de risco, como o tabagismo.
A ligação não foi observada em pessoas que tinham hábitos de vida mais saudáveis, ainda que comessem produtos animais. Segundo os autores do estudo, uma possível explicação para isso é que as proteínas vegetais anulam os malefícios causados pelas proteínas animais.
Redução do colesterol e da pressão sanguínea
O aumento significativo no desenvolvimento de doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde estão diretamente ligados às proteínas de origem animal. Os mesmos nutrientes, quando obtidos a partir de vegetais, reduzem o colesterol e a pressão sanguínea e conseguem aumentar a sensibilidade à insulina, protegendo o organismo também contra a diabetes.
O seu corpo precisa de proteínas para construir e reparar todos os tecidos. Mas elas não estão presentes somente na carne vermelha. Você pode substituí-la em seu cardápio através de várias outras fontes desse nutriente tão importante. Conheça substituições inteligentes que se adaptam ao seu estilo de vida e preferências.
Fonte: http://vegnutri.com.br/estudo-de-harvard-confirma-proteinas-vegetais-fazem-voce-viver-mais/

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Agrotóxicos deixam rastro de câncer e morte pelo interior de São Paulo

População de cidades médias e pequenas localizadas em meio a grandes extensões de terra com monocultura da cana e banana apresentam taxas de incidência de malformações congênitas e diversos tipos de câncer acima da média estadual.

Por Rede Brasil Atual
agrotoxico-1132x670
Cidades médias e pequenas do interior do estado de São Paulo, localizadas em meio a grandes extensões de terra com monocultura da cana e banana, entre outras, apresentam taxas de incidência de malformações congênitas e diversos tipos de câncer acima da média estadual.
Em Ribeirão Corrente, na região de Franca, o índice de malformações é 26 casos para grupos de 100 mil nascidos vivos – mais de três vezes maior que a do estado, que é de 8.2. Em Sandovalina, na região do Pontal do Paranapanema, onde há ocupação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o índice é 21. Na cidade de São Paulo, totalmente urbanizada, a taxa é de 9.5.
 “Em Franca, uma mulher que engravida tem 50% a mais de chances de ter um filho com malformação do que uma moradora de Cubatão, por exemplo. E nem precisa ser agricultura. Está comprovado por estudos que em 70% dos casos de malformação congênita as causas são ambientais”, diz o defensor público Marcelo Novaes, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo em Santo André, no ABC Paulista.
A incidência de câncer também é alta na zona rural. Em Bento de Abreu, na região de Araçatuba, há 18 óbitos por câncer cerebral para cada 100 mil habitantes. A taxa estadual é 6.6. “Essas cidades pequenas são fronteira entre o urbano e rural. Você sai da igreja matriz e já está numa plantação de cana, onde há pulverização aérea ou por tratores”, diz o defensor.
Ainda segundo ele, as taxa de mortes causadas por câncer de fígado é de 6.94 por 100 mil pessoas no estado, de 7.43 na capital paulista e de 20 em Turmalina, na região de São José do Rio Preto. Quase três vezes mais. “São cidades pequenas, com menos de 20 mil habitantes. Temos uma tragédia no interior paulista. As pessoas estão morrendo pelo veneno. Se antes se fazia excursão para o Paraguai, para compra de muamba, ou para Aparecida, para rezar na catedral, hoje se faz aos centros oncológicos”, compara.
Novaes se baseia no Observatório de Saúde Ambiental, uma plataforma de dados completos sobre utilização de agrotóxicos no estado, os tipos, as regiões, as culturas onde são empregados, bem como grupos populacionais afetados por doenças reconhecidamente desencadeadas pela exposição a esses produtos. O site interativo, que permite a criação de mapas em que é possível visualizar a distribuição das informações sobre o território paulista, foi desenvolvido por professores da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
 “O mapa mostra o rastro de câncer em cidades em torno da via Anhanguera afora. Basta checar”, aponta Novaes, destacando que a Secretaria Estadual de Saúde, porém, nega todas essas evidências.
Conforme ressaltou ainda, o problema das pequenas cidades de São Paulo se repete no Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Paraná e outros estados com grandes áreas onde o agronegócio se instalou. Por isso, conforme acredita, agrotóxicos não deve ser tema limitado aos ambientalistas, e sim de conselhos tutelares, de defesa dos direitos da pessoa com deficiência, das mulheres e de toda a sociedade. “Precisamos fazer uma análise conjuntural desse projeto assassino que está em gestão em nosso país”, alerta.
Sistema excludente
Para Marcelo Novaes, a realidade dos agrotóxicos constitui a espinha dorsal de um “sistema excludente e prospectório da vida e da natureza”. E o avanço de projetos nocivos como o PL do Veneno, o PL 3.200/15, ocorre numa perspectiva não de mudanças, mas de retrocessos. “No arcabouço jurídico, há o direito dos códigos que conversa com os poderosos e o direito da prática que oprime os oprimidos, ou seja, a população. A engenharia disso é o ilegal que para os poderoso passa a ser legal”, diz.
 “É por isso que são autorizados o corte de árvores centenárias, num prejuízo ambiental irreversível, sem um plano de manejo. É por isso que a mineradora Samarco matou um rio, as praias e continua com todo o vazamento; que há falta água em São Paulo enquanto a Sabesp paga dividendos aos acionistas, que o Código Florestal tão discutido com a sociedade está sendo esculachado aqui em São Paulo, fora a privatização de áreas florestais, que permite a extração de madeira. E a população se vê diante da ameaça crescente dos agrotóxicos”, aponta.
 “O ilegal passa a ser legal e há apropriação do bem público pelo privado num processo de mudança das regras do jogo em pleno jogo. É como se, num jogo de xadrez, o cavalo passasse a ser movimentado como se fosse um bispo, uma torre. A gente vai ter de encarar isso.”
Fonte: https://ambientedomeio.com